Este blog existe para mostrar às pessoas, especialmente aos estudantes que pensam em cursar jornalismo na universidade, os aspectos da profissão de jornalista que vão contra a ética e a ecologia profunda, e que não são percebidos por causa do ponto em que chegou a cultura humana, porque a sociedade espectadora, ouvinte e leitora alimenta-se desse teatro, desse circo.


terça-feira, 24 de agosto de 2010

Diogo Mainardi

O caso do Sr. D

Acreditar que um de nós possa ter mais autonomia de pensamento do que um pombo é um daqueles desejos infantis interpretados por Sigmund Freud. Continue a insultar e a castigar o pessoal da imprensa, Dunga!

Sigmund Freud? Na última semana [primeira quinzena de junho], o jornal O Globo consultou uma série de psicanalistas para tentar entender a personalidade de Dunga. Ou, freudianamente: “O caso do Sr. D”. Isso demonstra que ele, Dunga, está certo: o pessoal da imprensa realmente merece ser insultado e castigado. Que o Brasil — e, em particular, o Rio de Janeiro — tenha uma série de psicanalistas já é um contrassenso. O que caracteriza os brasileiros é nossa mente perfeitamente desprovida de pensamentos conscientes ou inconscientes. O técnico da Eslováquia, Vladimir Weiss, poderia ser psicanalisado. Assim como Dunga, ele costuma insultar e castigar os repórteres, chamando-os de estúpidos. Mas, ao contrário do que ocorre com os eslovacos, as categorias da psicanálise sempre soam ridiculamente impróprias quando aplicadas aos brasileiros.


Corra, Diogo, corra!

Assim como os cachorros latem antes dos terremotos, eu interpreto os artigos de Caetano Veloso como sinais de alerta para um desastre iminente. Au! Au! O colunismo
está ruindo. Au! Au! O colunismo está se esboroando.


Caetano Veloso agora é colunista de O Globo. Desde sua estreia, num domingo, quatro semanas atrás, estou tentando arrumar outra maneira para me sustentar. Se até Caetano Veloso se tornou um colunista, tenho de mudar de trabalho urgentemente. Assim como os cachorros latem antes dos terremotos, eu interpreto os artigos de Caetano Veloso como sinais de alerta para um desastre iminente. Au! Au! O colunismo está ruindo. Au! Au! O colunismo está se esboroando. Au! Au! É melhor fugir para o meio da rua, antes que o teto desabe sobre mim. Corra, Diogo, corra! Imediatamente depois de Caetano Veloso estrear como colunista de O Globo, a Folha de
S.Paulo passou a contratar colunistas por metro.

No momento, o jornal tem cento-e-vinte-e-oito colunistas. Esse foi o número anunciado por seus próprios editores: cento-e-vinte-e-oito.

2 comentários:

  1. Oi, eu vou prestar jornalismo, mas queria trabalhar com algo relativo a humor. Existem opções para isso? A faculdade ajuda muito? Obrigado, até mais.

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  2. O principal da faculdade é que você movimenta a mente, encontra pessoas, se insere e circula no meio, o que facilita parcerias, projetos, ideias etc. Como exatamente fazer as coisas vai depender da prática profissional, mesmo. O humor eu pude usar no meu curso na disciplina de rádio. Meu grupo criou um programa de rádio com um humor tipo Monty Python. Você quer fazer textos, tipo Luis Fernando Verissimo? Charges? Tiras? Teatro?

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