Este blog existe para mostrar às pessoas, especialmente aos estudantes que pensam em cursar jornalismo na universidade, os aspectos da profissão de jornalista que vão contra a ética e a ecologia profunda, e que não são percebidos por causa do ponto em que chegou a cultura humana, porque a sociedade espectadora, ouvinte e leitora alimenta-se desse teatro, desse circo.


terça-feira, 31 de maio de 2011

Interesses espírito-de-porco #2



"Eu fui bem claro. Não mudo uma virgula do que falei. Em nenhum momento, houve alguma colocação errada de minha parte. Fui muito claro. E acho que a vida é assim. Quando entrei na Globo, eu era o único comentarista, depois chegou o Casagrande, o Caio, e não me senti desprestigiado. As empresas contratam para qualificar. O que estranho é a repercussão disso. Não vivo de fantasia. Talvez alguns de vocês tenham necessidade de viver de fantasia. Eu respeito todas opiniões contrárias à minha, mas acho que em nenhum momento houve desrespeito. O que marcou foi a repercussão de uma coisa óbvia, real. A gente está vivendo situações de acobertar tudo. Quando resolvi trabalhar como treinador, eu estava saindo de uma zona de conforto, sabendo que tudo isso poderia acontecer. Novidade para mim é a repercussão a uma coisa muito real. Imaginei que a maioria da imprensa estaria acostumada a isso. Parece-me uma coisa anormal. Sou treinador de um time do qual me orgulho muito. Tenho o maior respeito com os jogadores. Em nenhum momento houve falta de respeito com eles. Não vejo nenhum problema em o treinador dizer essas coisas. Vejo problema na hipocrisia. Nosso time é pior? Não, não é pior. Mas precisa de um número de jogadores para encarar o Brasileiro. O que me espanta é a repercussão. Se eu dissesse que não tem qualidade, teria que ser mandado embora no outro dia. A gente fantasia muito, vive de acobertar. Mas mantenho o que disse e assumo, como sempre fiz na minha vida. Minha conversa com os jogadores [depois da polêmica que envolveu sua declaração] foi muito simples. Disse o que falei, e já falei que seria uma semana difícil, com crítica em cima de crítica. Na segunda-feira, eu disse: aconteceu isso, isso e isso. Porque com certeza perguntariam a eles, e eu disse para falarem o que quisessem. Eu tive a preocupação de falar isso para eles. Eu não fantasio as coisas. O mundo é agora, é aqui." (Paulo Roberto Falcão)

"O que é a tal gangorra?!! Toda a turbulência no GRÊMIO foi abafada pela infeliz entrevista do treinador colorado! FALCÃO filosofa e foge do foco das perguntas." (Fabiano Baldasso)


Enquanto isso, o time do Inter é um time de pinogol.



Por que os jogadores indignados com a fala do #Falcão não provam EM CAMPO que são um grupo forte, então? Até segunda ordem, é um grupo fraco.

"Falcão disse o que os torcedores falam em casa, com os amigos, nos parques, nas mesas da melhor cerveja, nas arquibancadas do Beira-Rio. Com o grupo atual, não haverá bom Brasileiro, vaga na Liberadores ou o tão sonhado título nacional. O técnico foi claro e direto. Teve a coragem de dizer o que muitos pensam. Falou só a verdade. Quem tem medo da verdade no Beira-Rio? Os jogadores? Os dirigentes? A torcida? Acho inacreditável que as declarações de Falcão tenham afetado o sensível grupo do Inter. Não pode. A maioria, grande maioria, dos jogadores colorados é experiente e sabe o real significado da declaração do treinador. Nada contra o grupo, tudo a favor dos reforços, de um futuro melhor. Falcão ainda não conseguiu contratar um só jogador, trabalha com o grupo dos outros. Tem menos de dois meses no cargo. O atual grupo teve três técnicos em menos de um ano. Dois saíram reclamando da vontade dos jogadores, que dominam o vestiário do Inter, o que não é segredo. Falcão teve a coragem de enfrentar D'Alessandro. Não vejo D'Alessandro suando a camisa em todos os jogos do Inter. Você vê. Não discuto do seu bom futebol. Questiono apenas a sua dedicação. Quem não quer Falcão hoje? O vestiário? A torcida? Os dirigentes?" (Luiz Zini Pires)

sábado, 21 de maio de 2011

O caso Natascha Kampusch



"Eu nunca abriria mão da minha identidade. E me apresentei diante das câmeras com meu nome completo e sem disfarces, e ofereci um vislumbre do tempo do cativeiro. Mas, apesar da minha franqueza, os meios de comunicação não me deixavam em paz. Eram dezenas de manchetes, e especulações cada vez mais absurdas dominavam o noticiário. Parecia que a verdade terrível não era terrível o bastante, então eles acrescentavam coisas muito além do suportável, negando, com isso, minha autoridade como intérprete do que eu vivera. (...) Fui percebendo que caíra em outra prisão. Centímetro a centímetro, as paredes que substituíram o cativeiro se tornaram visíveis. Eram mais sutis, construídas com o interesse público excessivo, que julgava cada movimento meu. Assim, coisas simples como pegar o metrô ou ir ao shopping em paz se tornaram impossíveis para mim. Acreditei que, ao satisfazer a curiosidade da mídia, seria capaz de retomar minha própria história. Só depois descobri que uma tentativa como essa nunca teria êxito. Nesse mundo que buscava por mim, a questão não era eu. Eu me tornara conhecida por causa de um crime terrível. O sequestrador estava morto – não havia um caso Priklopil. Eu era o caso: o caso Natascha Kampusch."

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Interesses espírito-de-porco



GloboEsporte.globo.com - O técnico do Inter, Paulo Roberto Falcão, se mostrou muito irritado, na manhã desta sexta-feira, com parte das críticas que tem recebido da imprensa depois da eliminação nas oitavas de final da Libertadores e da derrota no primeiro Gre-Nal da decisão do Campeonato Gaúcho. O comandante colorado entende que a visão sobre o trabalho dele mudou radicalmente apenas por causa dos resultados. Ele ficou chateado, em particular, com uma reportagem do jornal Zero Hora, que informava existir incômodos, no elenco [de jogadores], com a postura pouco vibrante do treinador.

Falcão quer usar as críticas para incendiar o elenco. Ele diz que os atletas estão muito irritados com os comentários da imprensa.

- Gostei muito da conversa que tive com eles. Usei essa história da energia, que estava na matéria, e eles ficaram extremamente revoltados, porque isso não aconteceu, não teve nenhuma reclamação. Gostei, porque foi uma conversa olho no olho – disse Falcão.

O treinador questionou a consistência da reportagem.

- É uma barbada se esconder atrás de fontes. Certamente, isso vai servir para motivar ainda mais o grupo. A crítica faz parte, o elogio faz parte. Mas há coisas predeterminadas, e elas incomodam. Tenho mais de 40 anos de futebol, com mais de 20 anos como imprensa. Tenho um feedback interessante das coisas. Já estive do lado de vocês, e vocês nunca estiveram do lado em que estou agora. Minha crítica à crítica é que se dizia, antes do Peñarol, que aquilo que o treinador tinha trazido, de ser mais calmo, era positivo. Aí perde e passa a ser defeito. Isso eu não gosto. Aí não é crítica. São outros interesses. E não sei quais são, então não posso falar.

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Já que eu não sei o que eu quero fazer...





"Escolhi ser jornalista para colocar no lugar certo o que está fora do lugar. Se eu não fosse jornalista, não sei o que eu seria." (Cristina Lôbo)



"Um espaço sagrado é qualquer espaço onde tudo é feito para transformar o ambiente em uma metáfora. Nos grandes santuários e templos, tudo é simbólico — ou seja, é ordenado para ser transparente à transcendência." (Joseph Campbell)