Este blog existe para mostrar às pessoas, especialmente aos estudantes que pensam em cursar jornalismo na universidade, os aspectos da profissão de jornalista que vão contra a ética e a ecologia profunda, e que não são percebidos por causa do ponto em que chegou a cultura humana, porque a sociedade espectadora, ouvinte e leitora alimenta-se desse teatro, desse circo.


quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Opinião pública: o jornalismo representa ou controla?

"O Judiciário na mídia será controlado por ela. Instituições tradicionais como essa não podem se submeter a outro campo, com linguagem e interesses estranhos ao do Estado, que assim se perde. Um problema do Judiciário é que muitos dos membros não percebem isso, embora haja uma literatura razoável sobre o tema, e acabam cedendo à sedução dos holofotes, em prejuízo próprio e da instituição. Na França, por exemplo, o Judiciário proíbe juízes de se manifestar na mídia. Quem o fizer, será punido, e se insistir, terá de sair. Quem os controla é o Judiciário, não a invencionice da 'opinião pública'. É um tema complexo. Em tempo: só a mídia diz que mídia é democracia, porque a ela 'pertence' a 'opinião pública'. Isso é apenas um jogo de poder, baseado em meias verdades, e muitas falácias." (Alvaro Oxley Rocha, cientista político e professor, pós-doutor em Criminologias Crítica e Cultural e doutor em Sociologia Política do Direito)

domingo, 15 de setembro de 2013

Donna/ZH - O que te fez ter vontade de deixar o jornalismo, a Globo?

Ana Paula Padrão - Foi um desejo de mudar de vida. Comecei a trabalhar com 15 anos e em jornalismo com 19. Toda a minha vida foi pautada pelo trabalho até o momento em que eu pensei: "Nossa, eu tenho 30 e poucos anos, meu companheiro de vida vai ser o trabalho?". Comecei a me questionar sobre isso, muito também em função das mulheres me procurando e me perguntando como eu equilibrava a balança. Que balança? Eu nem sei de que balança essa mulherada estava falando! Minha vida era totalmente desbalanceada, era totalmente trabalho. Trabalhava no mínimo 12 horas por dia. E todos os finais de semana. Minha diversão era trabalhar. Quando estava de folga, lia todos os jornais, fazia pesquisa de matérias, não tinha lazer, nunca tive. Até àquele momento da minha vida, tirei muito pouco tempo de férias. Meus amigos eram do trabalho, não tinha outras relações. Era uma vida muito pobre, né?

"A gente vira escrava do sucesso. As pessoas gostam de mim na bancada, o mercado gosta de mim na bancada, sou um bom produto na bancada, a audiência confia em mim e isso é muito bom para empresas patrocinadoras do telejornal, porque atraio bons patrocinadores. É bom para a TV, para os patrocinadores e para a audiência. Mas e eu?" (à Revista TPM)