Este blog existe para mostrar às pessoas, especialmente aos estudantes que pensam em cursar jornalismo na universidade, os aspectos da profissão de jornalista que vão contra a ética e a ecologia profunda, e que não são percebidos por causa do ponto em que chegou a cultura humana, porque a sociedade espectadora, ouvinte e leitora alimenta-se desse teatro, desse circo.


domingo, 20 de março de 2016

Castanhede e o fogo

A Eliane Castanhede é muito burra. Não poderia ser tanto, sendo ela uma das principais analistas de política do principal canal de tevê de notícias do país. Perguntaram o que ela achava que o Lula quis dizer com "incendiar o país". Ela entendeu errado ou não ouviu a fala inteira, então respondeu que significava "inflamar o povo", "empolgar a militância".

Mas o Lula disse que ele, se quisesse, poderia incendiar o país, "assim como Nero", mas que não vai fazer isso. Nero não movimentou multidões. Nero pôs fogo, de verdade, em Roma. Na minha opinião, ele quis dizer que poderia incitar uma revolta armada.

Se a Castanhede tivesse se dado conta disso, teria inclusive mais êxito em sua dedicação à linha editorial da Globo. Tipo quando ela disse que as manifestações de domingo eram espontâneas e de gente bem informada, "que está acompanhando tudo o que está acontecendo".



Disse também que na Itália aconteceu, nacionalmente, processo político semelhante, que culminou com a eleição do Berlusconi. Mas, segundo ela, o povo brasileiro está com a cidadania em amadurecimento e, por isso, não elegeria, aqui, um Berlusconi.

quinta-feira, 17 de março de 2016

Edi

"Televisão é EDIÇÃO. Esse é o seu poder. Essa é sua ferramenta principal pra convencer pessoas. Ai que vontade de dar uma mega aula pública de edição, essa ferramenta que é uma verdadeira arma na mão de gente esperta. Explicar o poder da EDIÇÃO requer entender que quando algo é filmado, o profissional que filma já tem uma intenção. Escolhe onde bota a câmera de acordo com essa INTENÇÃO. A câmera é o olhar de quem filma mas também será o olhar DE QUEM ASSISTE depois, quando for veiculada. Veja bem, editar não é ruim, é só um recurso. Na história recente, a EDIÇÃO tem um papel fundamental. Ela elege presidentes mas também os depõem. Ela faz um filme, uma série de TV, uma propaganda, ser um sucesso ou fracasso. Editar é uma arma invisível, técnica COMPROVADAMENTE PODEROSA de conduzir opiniões, emoções e sensações. A grande magia do cinema está na edição, ou seja, na escolha de que cenas devem entrar no filme e em que momento. E ainda por cima tem a trilha... A Televisão detém um poder de penetração (ainda) invejável." (Carlos D Medeiros)