Este blog existe para mostrar às pessoas, especialmente aos estudantes que pensam em cursar jornalismo na universidade, os aspectos da profissão de jornalista que vão contra a ética e a ecologia profunda, e que não são percebidos por causa do ponto em que chegou a cultura humana, porque a sociedade espectadora, ouvinte e leitora alimenta-se desse teatro, desse circo.


sábado, 2 de abril de 2016

Meio jornalista

Trecho do texto 'A manipulação de contextos na montagem de notícias', de Carlos Castilho, no Observatório de Imprensa:

Os manuais de redação descrevem com exatidão os procedimentos para coleta, edição e preparação de fatos, dados e eventos de interesse jornalístico mas não abordam com o mesmo detalhamento à contextualização, um processo que normalmente acontece na fase da edição onde ocorre a montagem das várias peças componentes de uma notícia. 
As redações não são um ambiente democrático onde se discutem posições e atitudes. Prevalece no dia a dia o ritmo industrial de produção. Assim, a cultura política acaba sendo fortemente influenciada por quem comanda a operação jornalística. Os editores organizam a pauta que é passada aos repórteres que vão a campo já com um roteiro preestabelecido e com tempo marcado para regressar. Ao chegar no local da matéria, o repórter não tem tempo de buscar visões diversificadas. Ele se limita a ouvir o protagonista e a parte contrária, sem poder levar em conta que a esmagadora maioria dos fatos, dados e eventos não se resumem a apenas dois lados. Além disso o profissional não tem tempo e, muitas vezes nem preparo teórico, para avaliar se um dado, fato ou evento está corretamente contextualizado.

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